Presidente da Ademi discute o PDDU
Em sua décima edição, o Fórum de Turismo debateu “Os impactos das políticas públicas no desenvolvimento setorial do turismo”. Com tema de extrema importância para estudantes da área, professores, coordenadores e sociedade em geral, o evento foi realizado na manhã do último sábado, no auditório da Faculdade da Cidade, no bairro do Comércio. Entre os palestrantes, o presidente da Ademi (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário) expôs sua visão sobre o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador).
Exatamente às 08:36h, Carolina Marinho - coordenadora do curso de Turismo - e Claudia Modesto – coordenadora do evento – fizeram as primeiras considerações sobre o fórum. Entusiasmada com o recente reconhecimento do curso, Marinho enfatizou: “Não me canso de festejar o reconhecimento do curso com nota máxima no MEC”. Às 08:49h, professor Sérgio Sobreira deu início ao debate. Sobreira fez uma explanação sobre o cenário turístico de Salvador. Problematizando, destacou que o PDDU não chega, da forma desejada, a nossa cidade.“A Bahia poderia aproveita mais,por exemplo,o turismo náutico”,disse.
Em seguida, o atual presidente da Ademi, Walter Barreto Júnior, fez uma análise minuciosa do atual contexto do PDDU. Sua palestra, intitulada “O Turismo e o PDDU em Salvador”, apontou que não existe desenvolvimento turístico sem planejamento. A primeira questão analisada foi o crescimento desordenado da cidade. Segundo o empresário, a cada dez anos, Salvador aumenta a sua população em torno de 500 mil habitantes, sem nenhum planejamento para alocar todos em moradias ordenadas. Outro fato, disse Barreto Júnior,” é que a gente só discute a ‘cidade legal’; 60 % da cidade fazem parte da ‘cidade ilegal’ e tem problemas muito graves”. Como solução, o Plano Diretor propõe reservar grandes áreas, para casas habitacionais, à classe C, como forma de evitar o crescimento desordenado da região metropolitana.
O empresário afirma que o IPTU Progressivo é um ponto importante no PDDU. ”O IPTU Progressivo chega num momento de boom no mercado imobiliário baiano”,revelou.O imposto funciona como forma de prevenir que empresários comprem terreno em zonas de crescimento, e não gere, nessas áreas, capital para a cidade. Assim, a cada ano, o IPTU desses locais será aumentado, a ponto de forçar o dono da área a vendê-la para reais empresários.”Ou seja: aqueles que geram empregos para os cidadãos da Bahia”,definiu.
Em sua contundente palestra, Barreto Júnior estendeu-se sobre o universo do desenvolvimento turístico da cidade. Ele passou por pontos, como: obras nas barracas de praia de Salvador; a proibição do IPHAN em relação ao Aeroclube; situação do Clube Português; Instalação do Hotel Hilton na Cidade Baixa; importância da revitalização do Comércio; degradação do Pelourinho. Para finalizar sua apresentação, o presidente da Ademi insuflou a platéia a pressionar os poderes públicos em relação a esses temas críticos: “Vocês, da área de turismo, são fundamentais para o crescimento da cidade; briguem por essas questões”.
Turismo Étnico e Turismo da Melhor Idade
O X Fórum de Turismo promoveu, ainda, a palestra “Políticas Públicas de incentivo ao Turismo da Melhor Idade, em Salvador”, com Inez Garrido, da Secretaria de Turismo da Bahia e Jorge Bandeira. “Temos que conscientizar os empresários de como é importante a ‘melhor idade’ no setor turístico”, afirma Bandeira. Claudia Santos,da coordenação de Turismo Étnico da Secretaria de Turismo da Bahia,apresentou um panorama sobre o segmento. Ela destacou o plano do governo para impulsionar a melhoria do turismo na cidade. “Os reflexos das Políticas Públicas de incentivo ao Turismo Étnico, na visão do setor privado” foi outro tema discutido.
(Jeferson Vieira)